Conduta das bradiarritmias na emergência
Considerações iniciais
Diante do todo paciente na emergência o inicial é checar se o paciente está ESTÁVEL ou INSTÁVEL. Ou seja, devemos mover o paciente:
Lembrar também que se o paciente estiver sem pulso deve-se prosseguir para a conduta em Parada Cardiorrespiratória.
Identificar o paciente instável na bradiarritmias
Existe um metódo mnemônico para memorizar de forma simples do paciente com alguma arritmia instável: são os 4 Ds da instabilidade.
Bradicardia + paciente estável
No paciente que não tem nenhum critério de instabilidade, porém tem uma bradicardia, deve-se realizar um ECG em 12 derivações.
Distinguir a característica Beniga vs Maligna
No caso de o paciente apresentar algum tipo de bradiarritmias, como a bradicardia sinusal ou outra bradicardia benigina: deve-se procurar a causa base! Já nos casos de bradicardia maligna, deve-se considerar avaliação com especialista e necessidade de marcapasso transvenoso.
Bradicardia + paciente INSTÁVEL
Quando o paciente apresenta bradiarritmias e está instável, deve-se ser ligado o alerta! O paciente pode evoluir para parada cardiorrespiratória.
Primeira linha de tratamento:
A conduta inicial é ofertar oxigênio e iniciar atropina!
Atropina: 0,5mg, EV, em bólus. Pode repetir a cada 3-5 min até um total de 3mg
Primeira linha
: se o paciente não retornar a ritmo sinusal na primeira ou na segunda dose ir para segunda linha de tratamento! Não é necessário complementar o total de 3mg de atropina, até porque isso demorará no mínimo 18 minutos, o que pode ser um grande problema do paciente.
Para pacientes sintomáticos a atropina é a primeira droga a ser administrada nos quadros instáveis e deve ser feita na dose de 0,5 mg IV, repetida a cada 3 a 5 minutos até que se atinja a dose total de 3 mg. A atropina bloqueia a ação da acetilcolina nos locais parassimpáticos do músculo liso cardíaco, particularmente nos nós sinoatrial e AV aumentando a frequência cardíaca.
#Ponto importante: Se a bradicardia for considerada devido a um distúrbio de condução no feixe de His ou abaixo dele a, como ocorre no complexo QRS largo em bloqueio cardíaco completo ou bloqueio AV de segundo grau Mobitz tipo II, a ação da atropina é limitada e passamos diretamente para estimulação cardíaca com marcapasso ou administração de um agente cronotrópico.
Adrenalina
Apresentação: ampola com 1ml – Adrenalina 1:1.000 = 1 mg/ml.
Dose: 2 a 10 mcg/min ou 0,1 a 2 mcg/kg/min.
Prescrição: adrenalina (1 mg/ml) 10 ml
+ SG 5% 90 ml, deixando uma concentração de 0,1 mg/ml, ou seja, de 100 mcg/ml;
Portanto, se seu paciente pesa 50 kg, você irá administrar 50 mcg/min (1mcg/kg/min), ou seja, 0,5 ml do soro glicosado a 5% em que você aplicou anteriormente a adrenalina; Como 1 hora tem 60 minutos, você irá ajustar a bomba para infundir 30 ml em 1 hora: 0,5 ml x 60 min = 30 ml/h.
Cuidados: utilizar em infusão contínua em cateter venoso central. Manter proteção da luz já que a medicação é fotossensível (igual à noradrenalina). É incompatível com bicarbonato (precipita em soluções alcalinas).
Dopamina
- Precursor imediato da noradrenalina na via de síntese das catecolaminas.
− Ação terapêutica em receptores adrenérgicos e dopaminérgicos; - 0,5 a 3 μg/Kg/min
– Ação em receptores D1 pós-sinápticos nos leitos mesentérico, cerebral, renal, coronariano e receptores D2 no tecido renal levando a vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo. Tem efeito natriurético, porém, não aumenta a TFG e o seu uso nesta dose é controverso; - 3 a 10 μg/Kg/min
– Ação predominante em receptor β1 com aumento da contratilidade miocárdica e da FC e leve aumento da resistência vascular periférica (RVP); - 10 a 20 μg/Kg/min
– Ação predominante α1 com vasoconstrição periférica e aumento da PA;
- Ampola de 10 ml/50 mg; Diluição padrão: 5 ampolas de dopamina em 200 ml de SF 0,9% ou SG 5% (solução de 1mg/ml).
- Indicações: choque cardiogênico/séptico; ICC; bradicardia sintomática
Segundo: geralmente bradiarritmia maligna não reverte com atropina, logo deve-se ir preparando o tratamento de Segunda linha de tratamento
A terapia de primeira linha não funcionando, devemos ir para terapia de segunda linha de tratamento das bradiarritmias, que consiste em três das seguintes:
Adrenalina 2-10 mcg/min ou 0,1mcg a 2 mcg/kg/min, EV
Dopamina 2-10 mcg/kg/min, EV
Marcapasso transcutâneo
Não existe comprovação na literatura do benefício de um sobre o outro. O que devemos ter em mente é que: TODO paciente que necessitou de terapia de segunda linha deve ser encaminhado para o marcasso transvenoso e consulta com especialista.
Na prática, é mais comum a utilização do marcapasso transcutâneo, por isso trazemos para você o passo a passo!
Passo a passo da utilização do Marcapasso Transcutâneo
Fontes
https://sanarmed.com/bradicardia-bradiarritmia-resumo-fluxograma-yellowbook/
https://med.estrategia.com/portal/conteudos-gratis/doencas/resumo-de-bradicardia-diagnostico-tratamento-e-mais/
https://papers.afya.com.br/blog/guia-de-medicamentos-cardiovasculares-adrenalina
https://sanarmed.com/adrenalina-em-bomba-de-infusao-continua-como-usar-colunistas/
https://hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/197/197.pdf