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Considerações iniciais
Os sinais precoces do AVC podem ser sutis. Infelizmente, tanto subestimar quando superestimar os sinais são bastante comuns na prática médica. No entanto, uma TC bem interpretada é capaz de excluir um grande infarto com alta especificidade.
Na fase hiperaguda do AVC, a tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste é o exame de imagem que deve ser solicitado para excluir hemorragia. A TC é essencial, pois a conduta no AVC hemorrágico e isquêmico são totalmente diferentes.
1. Fase hiperaguda (primeiras horas, até 6h)
Muitas vezes a TC ainda pode ser normal.
Sinais precoces de isquemia:
Sinal da artéria cerebral média hiperdensa → trombo visível dentro da artéria.
Apagamento do sulco cortical → perda da diferenciação entre giros e sulcos.
Perda da diferenciação entre substância cinzenta e branca → exemplo: apagamento do núcleo lentiforme.
Hipodensidade sutil em território vascular.
Sinal da artéria cerebral média hiperdensa
O sinal da artéria hiperdensa é a visualização de uma artéria (geralmente a artéria cerebral média, ACM) como uma área mais branca (hiperdensa) numa Tomografia Computorizada (TAC) sem contraste, indicando a presença de um trombo ou coágulo, e é um sinal precoce e específico de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquémico. Este sinal, que pode ser visível logo após o AVC, aponta para uma oclusão de um vaso sanguíneo maior e está associado a um prognóstico mais desfavorável, mas a sua rápida identificação permite uma intervenção terapêutica mais célere e eficaz.
 
  
 
  
 
  
2. Fase aguda (6–24h)
Áreas mais evidentes de hipodensidade (baixa atenuação) na região do infarto.
Edema citotóxico → aumento de volume local, compressão de sulcos e desvio discreto da linha média.
3. Fase subaguda (1–5 dias)
Hipodensidade bem definida no território vascular acometido.
Edema vasogênico importante → pode causar efeito de massa (desvio de linha média, compressão ventricular).
 
  
Nesta fase, o edema começa a reduzir e surgem hemorragias petéquicas corticais, aumentando a atenuação do córtex. Esse sinal é conhecido como fenômeno “fogging” da TC e não deve ser confundido com transformação hemorrágica. Em 2 a 3 semanas após um infarto, o córtex recupera a densidade quase normal e a imagem neste momento pode levar a confusão ou diagnóstico perdido. Esse “enevoamento” foi demonstrado em cerca de 50% dos casos.
É um achado de imagem transitório que pode ocorrer na tomografia computadorizada (TC) sem contraste, geralmente entre a 2ª e a 3ª semana após um acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico, pode ocorrer redução ou desaparecimento temporário da hipodensidade, fazendo a área isquêmica parecer quase normal → dando a falsa impressão de que a lesão regrediu. Isso se deve ao processo de fagocitose dos detritos celulares e proliferação de macrófagos e células gliais, que mudam a composição do tecido e mascaram o contraste natural da lesão na TC.
 
  
Crônica
Na fase crônica, o edema residual é mínimo ou desaparece e a gliose se instala, aparecendo como uma região de hipodensidade com efeito de massa negativo.
Fontes
https://rmmg.org/artigo/detalhes/1721
https://sanarmed.com/tc-no-avc-isquemico-posme/
https://med.estrategia.com/portal/conteudos-gratis/doencas/resumo-de-acidente-vascular-cerebral-isquemico-avci-diagnostico-tratamento/