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Considerações iniciais
O tratamento das pequenas varizes (ou microvarizes/teleangiectasias) dos membros inferiores depende do tipo, da causa e do grau de comprometimento. As varizes nesses casos são vasos superficiais e finos, geralmente menores que 2 mm de diâmetro, visíveis sob a pele como linhas azuladas, avermelhadas ou roxas. As varizes maiores são definidas como veias dilatadas e doentes maiores que 3 milímetros de diâmetro.
Comuns em mulheres, especialmente nas pernas (coxas, panturrilhas e tornozelos).
Têm causa genética, mas também se relacionam a: Gravidez; Permanecer muito tempo em pé; Obesidade; Uso de anticoncepcionais hormonais; Problemas de circulação venosa.
 
  
Abaixo estão as principais opções de tratamento, divididas por categoria:
1. Escleroterapia (injeções)
É o tratamento mais usado para pequenas varizes.
Consiste em injetar substâncias dentro dos vasos para que eles se fechem e desapareçam.
Tipos:
👉 Ideal para varizes pequenas e vasinhos (telangiectasias).
O laser atua por fora da pele, emitindo energia que fecha os vasinhos pela ação térmica.
Indicado para microvarizes finas e superficiais, especialmente nas pernas e tornozelos.
Pode ser usado sozinho ou associado à escleroterapia.
👉 Opção estética moderna, mas requer múltiplas sessões.
Usa uma microagulha que aplica calor diretamente sobre o vasinho, fazendo-o desaparecer.
Vantagens: rápido, pouco doloroso e sem necessidade de injeções.
Eficaz em vasinhos muito finos ou em pacientes com alergia a esclerosantes.
Essenciais para prevenir o aparecimento de novas varizes e melhorar a circulação:
Meias de compressão elástica (graduada, geralmente 15–20 mmHg).
Exercícios físicos regulares, principalmente caminhada e bicicleta.
Evitar longos períodos em pé ou sentado.
Manter o peso adequado e elevar as pernas sempre que possível.
Indicada quando há pequenas veias colaterais mais visíveis (não apenas vasinhos).
Realiza-se sob anestesia local, com microincisões para remover as veias dilatadas.
Escleroterapia com glicose
A escleroterapia com glicose consiste na injeção de uma solução hipertônica de glicose diretamente dentro da veia. Essa solução provoca irritação e desidratação do endotélio (parede interna da veia), levando a uma reação inflamatória controlada que faz a veia colabar e, posteriormente, fibrosar e desaparecer. É um método químico e mecânico leve, considerado seguro e natural, pois não envolve substâncias tóxicas ou detergentes.
Concentração da glicose usada
A solução de glicose usada na escleroterapia não é a glicose comum de hospital (5%).
Usa-se uma solução hipertônica, em alta concentração.
As mais usadas são:
Glicose a 50% (hipertônica) — mais comum e segura;
Glicose a 75% — mais potente, usada em vasos um pouco maiores;
Glicose a 25% — raramente, para vasos muito finos ou em associação.
👉 Não se usa glicose a 5% ou 10%, pois são isotônicas e não provocam o efeito esclerosante desejado.
Apresentação e preparo
A glicose hipertônica é geralmente vendida pronta em ampolas ou frascos-ampola estéreis.
Alguns profissionais a misturam com anestésico local (lidocaína 0,2% a 0,5%) para diminuir a dor da aplicação.
É aplicada diretamente na veia com agulhas muito finas (30G a 32G), em pequenas quantidades (0,1 a 0,3 mL por ponto).
Indicações
Telangiectasias
Microvarizes (pequenas veias reticulares).
Pacientes que não toleram outros esclerosantes (como polidocanol ou glicerina cromada).
Pode ser usada em face, membros inferiores e regiões delicadas.
Efeitos adversos possíveis
Apesar de ser uma substância fisiológica, a glicose hipertônica pode causar reações locais:
Reação Descrição
Dor ou ardência Durante a injeção (quanto maior a concentração, mais dor).
Eritema (vermelhidão) Transitório, comum logo após o procedimento.
Hematomas Pequenos, especialmente se houver extravasamento.
Hipercromia (mancha) Pode ocorrer se houver extravasamento da solução.
Necrose Muito rara, apenas em caso de injeção extravascular em alta concentração.
🚫 Contraindicações
Diabetes mellitus descompensado (a glicose pode alterar a glicemia).
Alergia conhecida ao componente (raro).
Infecção ou dermatite ativa no local da aplicação.
Gravidez (preferir postergar o tratamento).
Insuficiência venosa grave ou varizes calibrosas — nesses casos, não é eficaz.
✅ Vantagens da glicose
Substância natural, não tóxica e sem risco de alergia grave.
Não provoca necrose tecidual significativa, mesmo se extravasar pequenas quantidades.
Pode ser usada em associação com laser transdérmico, aumentando a eficácia.
Ideal para pacientes com vasinhos superficiais e pouca tolerância a outros produtos.
 
  
Escleroterapia com espuma
Trata-se de um procedimento no qual é injetada na veia acometida uma medicação chamada polidocanol na forma de espuma. A depender da profundidade da veia a ser tratada, é utilizado o aparelho de ultrassom para guiar o procedimento. A espuma causa uma irritação na parede do vaso levando à formação de coágulos locais e fechamento do mesmo.
A escleroterapia com espuma (geralmente com polidocanol ou oleato de etanolamina) é bastante eficaz para varizes de médio porte, mas tem contraindicações e possíveis efeitos adversos que devem sempre ser avaliados.
Existem várias concentrações de polidocanol (0,5% a 3%) e cada concentração é indicada para cada caso, a depender do tipo de veia, local e profundidade. Com o passar do tempo o organismo absorve os coágulos formados no local da espuma e o mesmo se torna cicatricial, resolvendo assim as varizes.
A depender da quantidade de veias, e quais as veias acometidas, são necessárias algumas sessões para o tratamento, espaçadas por no mínimo 1 semana. Existe um limite de quantidade de medicação que pode ser aplicada em cada sessão.
Após o procedimento é necessário o uso da meia elástica por alguns dias.
Indicações
O tratamento com espuma é bastante utilizado para pacientes idosos que tenham graus avançados de Insuficiência Venosa Crônica (como alterações de pele e úlceras varicosas) e que não tenham condições de serem submetidos à cirurgia. Pacientes obesos ou que tenham alguma condição clínica que impeçam procedimento cirúrgico também podem se beneficiar deste tratamento.
Desta forma, uma avaliação criteriosa é realizada antes da indicação de qualquer tratamento, para que a melhor técnica seja indicada.
Complicações
Existem algumas complicações possíveis com este tratamento, que apesar de raras não podem ser desconsideradas, como trombose venosa profunda, flebites, embolia pulmonar e reação alérgica.
Além disso, a escleroterapia com espuma tem ainda um risco de cerca de 30% de manchas no trajeto das veias tratadas, portanto deve ser muito considerado o risco-benefício para pacientes que podem realizar a cirurgia de varizes (que trata-se do tratamento mais eficaz e duradouro) e que tenham preocupação estética.
Contraindicações absolutas
Situações em que o procedimento não deve ser feito:
Contraindicações relativas
Situações que exigem avaliação individual e cautela:
Efeitos adversos
Efeitos locais (mais comuns e leves)
Efeitos sistêmicos (mais raros)
Cuidados pós-procedimento
Uso de meias de compressão elástica por alguns dias.
Evitar exposição solar direta na área tratada por 2–4 semanas (para prevenir manchas).
Caminhar logo após o procedimento (ajuda a prevenir trombose).
 
  
Laser transdérmico (também chamado de laser vascular)
É uma das opções mais modernas e eficazes para microvarizes e vasinhos (telangiectasias), especialmente nas pernas e rosto. O laser é um feixe de luz concentrado que atravessa a pele (transdérmico = através da pele) e atinge o vaso sanguíneo por dentro, sem necessidade de agulha ou injeção. O calor gerado coagula o sangue dentro do vaso, levando ao fechamento e absorção natural pelo organismo em algumas semanas.
Como funciona o mecanismo
Tipos de laser mais usados
Indicações ideais
Microvarizes e telangiectasias finas (geralmente < 1 mm)
Vasos de difícil punção, onde a escleroterapia é difícil
Pessoas com alergia à glicose ou esclerosantes químicos
Áreas sensíveis, como tornozelos, pés e face
Contraindicações
Pele muito bronzeada ou escura (risco de manchas)
Gestação
Uso recente de isotretinoína (Roacutan®)
Infecções ou feridas ativas na pele
Doenças fotossensíveis (como lúpus)
Como é o procedimento
Limpeza da pele e marcação dos vasos
Aplicação de gel condutor e resfriamento da pele
Disparo do laser sobre o vaso
Sensação de “picadas” ou calor (pode-se usar anestésico tópico)
Duração: cerca de 20–40 minutos por sessão
São necessárias em média 2 a 4 sessões, dependendo da extensão.
Cuidados após o laser
Evitar sol por 30 dias (usar protetor solar FPS 50+)
Não coçar nem esfoliar o local
Usar meias de compressão leve por alguns dias
Evitar banho muito quente nas primeiras 48 horas
Pode ocorrer leve vermelhidão ou escurecimento temporário do vaso (desaparece em 1–2 semanas)
Possíveis efeitos adversos (geralmente leves e transitórios)
Eritema (1–2 dias)
Edema leve (1–3 dias)
Escurecimento do vaso tratado (1–3 semanas)
Manchas hipocrômicas ou hiperpigmentadas (Transitório)
Bolhas ou crosta Se uso incorreto do laser
Resultados
Os vasos tratados escurecem e desaparecem progressivamente em 3 a 6 semanas.Pode haver necessidade de sessões de manutenção após alguns meses, especialmente se houver predisposição genética. Associar escleroterapia química e laser costuma potencializar os resultados.
Fontes
https://www.angioclam.com.br/5-tipos-de-tratamento-para-varizes-que-voce-precisa-conhecer/
https://dranayarabatagini.com.br/conheca-o-tratamento-de-varizes-com-espuma/
https://varicell.com.br/aplicacao-de-espuma-em-varizes/?gad_source=1&gad_campaignid=23082145117&gbraid=0AAAAAC_CZ5pwTU_El2EaWueraj2kMu-wF&gclid=Cj0KCQjwsPzHBhDCARIsALlWNG1OozPTmGqNwy45abT7anqLNWVnpFm_0srhnhW8c7Ffvmt41JGGKIMaAl7nEALw_wcB
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/dist%C3%BArbios-venosos/varizes