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Hanseníase - tratamento

Considerações iniciais

A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes.O Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hanseníase, doença crônica e infectocontagiosa que atinge primeiro os nervos periféricos e a pele. O diagnóstico é feito com exame físico, teste de sensibilidade (térmico, doloroso e tátil) e exames laboratoriais específicos.

O tratamento segue  orientações sobre as estratégias para enfrentar a doença, como a detecção precoce de casos, o tratamento com início imediato e a avaliação de contatos. Essas medidas são importantes para a quebra da cadeia de transmissão da doença e para a prevenção de incapacidades físicas. O PCDT orienta, ainda, o acompanhamento psicossocial de pacientes diagnosticados com a condição.

 

Tratamento recomendado

No SUS, o tratamento farmacológico da hanseníase é feito com poliquimioterapia única (PQT-U), que associa três fármacos: rifampicina, dapsona e clofazimina. O esquema terapêutico deve ser usado por um período que pode durar até 12 meses. Após as primeiras doses, o paciente já não transmite mais a doença. Porém, é necessário concluir adequadamente o tratamento para que ocorra a cura e para evitar o retorno da doença, novas contaminações e resistência a antimicrobianos.

No Brasil, o tratamento da hanseníase segue as normas do Ministério da Saúde e da OMS, com o uso da poliquimioterapia (PQT), fornecida gratuitamente pelo SUS.

💊 Esquemas de tratamento (PQT)

A partir de 1º de julho de 2021, o Ministério da Saúde passou a adotar oficialmente o esquema único de tratamento para todos os casos de hanseníase — tanto paucibacilar (PB) quanto multibacilar (MB). Esse esquema inclui os três medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina. A nomenclatura adotada foi Poliquimioterapia Única (PQT-U). A diferença entre PB e MB está apenas na duração do tratamento — 6 meses para PB e 12 meses para MB.

Antes desta data, PB era tratada apenas com rifampicina e dapsona, sem clofazimina, e MB utilizava os três fármacos. A mudança buscou simplificar o protocolo e evitar classificações incorretas, garantindo que pacientes PB recebam a clofazimina desde o início.

 

👉 Esquema terapêutico

Rifampicina: 600 mg, 1x/mês supervisionada

Clofazimina: 300 mg, 1x/mês supervisionada + 50 mg/dia auto-administrada

Dapsona: 100 mg/dia auto-administrada

Duração: 12 doses (12 meses)

💊 1. Rifampicina

Apresentação: cápsulas de 300 mg

Uso: dose supervisionada mensal

Adultos: 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) 1x/mês

 

💊 2. Dapsona

Apresentação: comprimidos de 100 mg

Uso:

100 mg diário auto-administrado

Associado à dose mensal supervisionada

 

💊 3. Clofazimina

Apresentações:

Cápsulas de 50 mg (uso diário auto-administrado)

Cápsulas de 100 mg (uso mensal supervisionado, total de 300 mg)

Uso:

50 mg/dia (1 cápsula de 50 mg) auto-administrado

300 mg/mês (3 cápsulas de 100 mg) supervisionado

⚠️ Situações especiais

Crianças → doses ajustadas por peso.

Gestantes → mesma PQT pode ser usada.

Resistência / intolerância medicamentosa → esquemas alternativos (ex.: ofloxacino, minociclina, claritromicina).

 

🔥 Tratamento das reações hansênicas

Além da PQT, é comum aparecerem as chamadas reações hansênicas:

Reação tipo 1 (reversa) → corticoide (prednisona).

Reação tipo 2 (eritema nodoso hansênico) → talidomida (homens) ou corticoide (gestantes/mulheres).

Fontes

https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2022-03/d-novo-guia_rapido_hanseniase_0.pdf

https://www.medicina.ufmg.br/wp-content/uploads/sites/7/2021/01/Cartilha-Tratamento-da-Hanseniase.pdf

https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/quais-as-principais-mudancas-implementadas-no-tratamento-da-hanseniase/