SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ TRATAMENTO
Considerações iniciais
Os tratamentos modificadores de doença preconizados na SGB incluem um tratamento não medicamentoso (plasmaférese) e um medicamentoso (imunoglobulina humana endovenosa). Não se observam diferenças significativas na resposta a essas duas formas de tratamento.
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1. Tratamento não medicamentoso
Plasmaférese
A plasmaférese consiste na separação do plasma e células sanguíneas, sendo que essas últimas são reinfundidas após diluição em albumina diluída com gelatina ou plasma fresco. Seu uso na SGB se baseia na remoção de anticorpos, complemento e outros fatores responsáveis por lesão nervosa.
Cada sessão de plasmaférese remove de uma a uma e meia volemia de plasma, com intervalo de 48 horas entre sessões.
2. Tratamento medicamentoso
Imunoglobulina
A Imunoglobulina humana (IgIV), pela facilidade de uso, tornou-se o tratamento de escolha na maioria dos países, apesar de seu mecanismo de ação pouco compreendido. Sua eficácia na recuperação motora, risco de morte e efeitos adversos comparada a tratamento com plasmaférese mostrou que os resultados dentro de duas semanas são semelhantes
A dose preconizada de IgIV na SGB é de 2 g/Kg dividida em 2 a 5 dias.
Imunoglobulina humana: 0,4 g/kg/dia, por via intravenosa por 5 dias
A maior dose diária pode aumentar o risco de complicações renais ou vasculares, especialmente em pacientes idosos.
Apresentação da imunoglobulina : Imunoglobulina humana: frascos-ampola de 0,5; 1,0; 2,5; 5,0 g.
Deve ser interrompida a infusão caso haja qualquer evidência de perda da função renal e anafilaxia.
Corticóides
Glicocorticoides estão contraindicados no tratamento da SGB, assim como poliglicosíde, a filtragem do líquor e outros tratamentos adjuvantes à IgIV, tais como fator neurotrófico cerebral ou betainterferona.
Monitoramento
Deve-se realizar avaliação prévia da função renal (especialmente em pacientes diabéticos), nível sérico de IgA, sorologia para HIV e hidratação prévia. Durante a administração, controlar sinais clínicos para anafilaxia e efeitos adversos, tais como dor moderada no peito, no quadril ou nas costas, náuseas e vômitos, calafrios, febre, mal-estar, fadiga, sensação de fraqueza ou leve tontura, cefaleia, urticária, eritema, tensão do tórax e dispneia.
Caso não haja melhore
O tratamento de pacientes que não apresentam melhora, ou mesmo seguem piorando, após o tratamento, não está claramente definido. As opções de repetir o tratamento inicial ou de usar imunoglobulina após plasmaférese são preconizadas com base na opinião de especialistas. Já o uso de plasmaférese após imunoglobulina não é preconizado
. Quando os pacientes apresentam piora progressiva além de oito semanas após o início do quadro, deve-se considerar o diagnóstico de polirradiculoneuropatia inflamatória desmielinizante crônica (PIDC), cujo tratamento é diferente
Os pacientes devem ser reavaliados clinicamente após a alta, periodicamente, à critério médico até estabilização de sua melhora.
FONTES
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos
https://brazil.cochrane.org/news/tratamento-da-s%C3%ADndrome-de-guillain-barr%C3%A9-paralisia-aguda-ainda-um-desafio
https://www.sanarmed.com/diretrizes-terapeuticas-da-sindrome-de-guillain-barre-ligas