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Lesão do Colateral Ulnar do Polegar

O diagnóstico é de lesão por avulsão do ligame nto colateral ulnar do polegar, conhecido na literatura em língua inglesa como skier's thumb (polegar do esquiador) ou gamekeeper's thumb, (polegar do caçador), devido à semelhança no mecanismo de trauma quando o caçador torce o pescoço da caça.

 

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A lesão ligamentar de Stener (ou Gamekeaper, ou Lesão do Esquiador) é a lesão ligamentar do ligamento colateral ulnar da articulação metacarpo-falangeana do polegar. De maneira mais simples, acomete o ligamento na base do polegar entre este dedo e o indicador. Este ligamento é muito importante, pois da sustentação a articulação Metacarpo-Falangeana do Polegar nos movimentos de pinça e, portanto há uma perda de força e dor na realização destes movimentos na presença de uma lesão ligamentar de Stener.

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Outro fator complicante desta lesão refere-se a sua situação anatômica. Este ligamento esta abaixo da aponeurose do tendão adutor do polegar e quando o ligamento sofre uma lesão completa, seus cotos se distanciam e este tendão se interpõe entre eles, impedindo que haja uma cicatrização natural deste ligamento.

 

 

Mecanismo do Trauma

- Queda com a mão espalmada com apoio em abdução máxima do polegar.

- Desinserção distal (falange) = 5 vezes mais comum.

 

LESÃO DO LCU

10 x mais comum que a lesão radial

Associação com lesão de cápsula dorsal e parte ulnar da placa volar

Associação com fraturas ( base da FP)

 

EXAME CLINICO

O paciente frequentemente apresenta dor no polegar, e e evita manipulação da articulação metacarpofalangiana. O polegar é melhor examinado com anesthesia local, que pode ser administrada na emergencia. Geralmente, usa-se 2-3 mL de 1% lidocaine na articulação metacarpofalangiana , permitindo o exame.

 

 

Teste forçando a articulação metacarpofalangiana do polegar em flexao.

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Teste forçando a articulação metacarpofalangiana do polegar em extensao

Se mais anestesia é requerida, o bloqueio digital ou metacarpiano é necessário.

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IMAGEM

A maioria das fraturas do polegar é visível em um exame radiográfico de duas incidências, embora haja um ligeiro aumento no rendimento diagnóstico com o acréscimo de uma projeção oblíqua, que pode ser obtida junto com o exame em PA da mão. Lacerações do ligamento ulnar colateral da articulação metacarpofalangeana do polegar representam um problema especial. A menos que haja uma avulsão óssea associada, do metacarpo ou da falange, a lesão será radiograficamente oculta. Nestes casos, um exame da articulação com estresse por abdução manualmente aplicada (que pode ser aplicada pelo paciente ou pelo examinador) pode mostrar subluxação comparada ao contralateral, lado não lesionado. Mais importante para o planejamento do tratamento é se a aponeurose adutora ficou interposta entre o ligamento lacerado deslocado e o seu local de fixação óssea – a chamada lesão de Stener.

Ligamentos lacerados com uma lesão de Stener exigem reparação cirúrgica, enquanto que a maioria das lacerações não deslocadas e sem uma aponeurose interposta, é sanada com um tratamento conservador.

O achado com subluxação volar de 3 mm da falange ao metacarpo é sugestiva de ruptura completa do LCU e instabilidade. O desvio radial de mais que 40º. em extensão e mais que 20° em flexao tambem indicam instabilidade. 

 

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Radiografia do polegar, incidência ântero-posterior - Fragmento ósseo lateralmente à articulação metacarpo-falangeana (seta)

 

RX sob estresse.

Diagnóstico por imagem: Os métodos de diagnóstico por imagem mais úteis são o RX sob estresse (para demonstração de eventual fragmento ósseo e alterações no espaço articular, indicativos de lesão ligamentar)

A artrografia, a ultra-sonografia, a RM e a artrografia por ressonância magnética, cada uma delas tem sido defendida para distinguir lacerações de ligamento ulnar colateral com e sem lesões de Stener . A escolha de qual modalidade usar dependerá da disponibilidade local e da presença do especialista. Existe um risco de converter uma laceração ulnar colateral não deslocada em deslocada na realização de um exame com estresse

Em 2014, foi determinado por alguns autores o uso da RNM para avaliar o grau da lesao do LCU e portanto, determina quatro tipos. Tipo 1 (parcial ou minimo desvio), tipo 2  (< 3 mm desvio) – nesses casos a maioria cicatriza com imobilizaçao , enquanto 90% dos tipos 3 (>3 mm desvio)  falha com imobilização e requer cirurgia e 100% dos tipos 4 (Stener).

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Ressonância magnética do polegar. Corte coronal, sequência T1 (b)

 

(b) Imagem de hipo-sinal na região do ligamento colateral ulnar (seta).

 

TRATAMENTO

-  PARCIAIS: conservador ( 04 -06 sem )

 - TOTAIS: - conservador ?? - cirúrgico: sutura periosteal reinserção óssea

 

 

 

Tratamento conservador – indicações

 

Ruptura parcial do LCU

  • Fraturas sem avulsões

 

  Imobilização do polegar Thumb Spica

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