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OXIGENiOTERAPIA - MANEJO COM OS DISPOSITIVOS

INTRODUÇÃO

Dispneia é um dos sinais e sintomas mais comuns na emergência! Muitos pacientes que dão entrada com desconforto respiratório precisa de oxigenoterapia através algum dispositivo de oxigenação. Logo, o manejo adequado da via aérea é uma das competências básicas de um médico, e tem como objetivo promover uma boa ventilação e oxigenação pro paciente.

Antes de abordar o manejo da oxigenoterapia de fato, é necessário ter alguns conceitos consolidados:

Ventilação: entrada e saída de ar entre as unidades funcionais dos pulmões, alvéolos, e o meio externo.

Oxigenação: participação do oxigênio molecular no processo de obtenção de oxigênio. Este conceito se relaciona, dentre outros fatores com a saturação de oxigênio.

Saturação de Oxigênio (SatO2): porcentagem de hemoglobina que está ligada a moléculas de oxigênio.A saturação normal de hemoglobina varia de 93 a 99%.

Fração inspirada de O2 (FiO2): porcentagem de oxigênio no ar inspirado. Em ar ambiente, ao nível do mar, temos uma FiO2 de 21%.

Na gasometria arterial ,temos a pO2 – pressão parcial de oxigênio. A PaO2 normal (ou pO2) é de 80 a 100 mmHg ao nível do mar. A pO2 diminui no idoso; o valor de indivíduos de 60 a 80 anos de idade varia de 60 a 80 mmHg. 

 

Com essas informações, recomenda-se que seja feita uma gasometrial arterial dentro das condições do paciente para melhor avaliação. A seguir, a maneira de cálculo  da PaO2 ideal e do FiO2 ideal na tentativa de individualizar a terapia e diminuir riscos de hiperoxigenação ou déficit de fornecimento.

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TIPOS DE DISPOSITIVOS

Didaticamente, dividimos a oxigenoterapia entre os dispositivos entre os de oxigenação, utilizados para aumentar a FiO2 em pacientes em ventilação espontânea; e os de ventilação, para aqueles em que a ventilação está ausente ou insuficiente.

Nos pacientes que possuem ventilação espontânea, a definição por qual dispositivo usar não obedece a uma regra. Itens do exame clínico, físico e complementares podem ajudar na escolha.

 

Deve-se antes de tudo quantificar a relevância e gravidade da possível insuficiência respiratória, avaliando o padrão respiratório, uso de musculatura acessória, dados de monitorização (saturação de oxigênio) e gasometria arterial. A escolha dos dispositivos de vias aéreas dependerá do julgamento do médico diante dos parâmetros citados.

Dentre os dispositivos de oxigenação, podemos citar:

Catéter nasal;

Máscara de oxigênio simples;

Máscara de venturi;

Máscara não-reinalante.

 

Cateter/Cânula nasal

A cânula nasal é o dispositivo mais utilizado, tanto pela disponibilidade quanto pela facilidade do uso. Ela é um dispositivo simples, de baixo fluxo, suportando um fluxo de até 6 L/min, fornecendo uma FiO2 de, no máximo, 45%. Um aumento maior no fluxo não é transmitido em aumento da FiO2

Existe uma estimativa que a cada 1 L/min corresponde a um acréscimo de 3-4% na FiO2 do ar ambiente.

Sua principal indicação é hipoxemia leve, conseguindo reverter a hipoxemia na maioria dos casos em que se há uma diminuição leve da SatO2 (92-94%).

Sua principal desvantagem é que o uso prolongado ou aplicação de fluxos altos podem levar a ressacamento da mucosa nasal ou até lesões na mucosa.

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Catéter nasal

Máscara simples

A máscara simples pode aumentar a FiOaté 60%, ela deve ser usada com um fluxo mínimo de 5 L/min para prevenir retenção de dióxido de carbono (CO2).

Tem uma vantagem de ser mais acessível e leve (podendo ser utilizada até em casa, porém não tem garantia de selamento, além de precisar ser removido se o paciente precisar falar ou se alimentar   

áscara de oxigênio simples

máscara simples

 

Máscara de Venturi

A Máscara de Venturi possui um sistema de válvulas que possibilita um controle exato da FiO2 a ser fornecida ao paciente. Cada válvula tem uma cor e na válvula tem escrito tanto o fluxo quanto a FiO2 ofertado por ele, que varia de de 24 a 50%.

Seu benefício está em situações em que se busque um desmame da oferta de oxigênio ou nas quais uma oferta exagerada e/ou descontrolada pode ser prejudicial, como em pacientes com DPOC. Também é muito usado em crianças e em paciente em desmame de oxigenoterapia

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Máscara de Venturi

Tipos de Máscara de Venturi, conforme o fluxo e cor

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Máscara não reinalante

A máscara não-reinalante destaca-se pelo reservatório de oxigênio e por um sistema de válvulas expiratória e inspiratória que conferem a capacidade de fornecer uma fração inspirada de oxigênio de até 100% (fluxo de 12-15 L/min), sendo amplamente utilizada em setores de emergência e UTI.

É utilizada principalmente quando a intubação não está indicada) e em situação de emergência clínica em que há uma hipoxemia moderada-grave que não conseguiu ser revertida com cânula e que ainda não há uma indicação de intubação ou ventilação-não-invasiva.Sua utilização prolongada pode ser desconfortável devido ao peso do equipamento e a vedação necessária.

máscara não reinalante

Máscara de traqueostomia: equivale a um tipo de máscara de oxigênio especifica para pessoas que têm traqueostomia, que é uma cânula introduzida na traqueia para respiração.

 

Ventilação não invasiva

A ventilação não invasiva, também conhecida como VNI, consiste em um suporte ventilatório que utiliza a pressão positiva para facilitar a entrada de oxigênio nas vias respiratórias. Esta técnica  pode ser realizada por um enfermeiro ou fisioterapeuta em pessoas adultas com desconforto respiratório e que estão com frequência respiratória acima de 25 respirações por minuto ou saturação de oxigênio abaixo de 90%.

Diferente dos outros tipos, esta técnica não é usada para ofertar oxigênio extra, mas serve para facilitar a respiração através da reabertura dos alvéolos pulmonares, melhorando a troca gasosa e diminuindo o esforço respiratório e é recomendada para pessoas com apneia do sono e que têm doenças cardiorrespiratórias.

 

E ainda, existem vários tipos de máscaras de VNI que podem ser utilizadas  e que variam de acordo com o tamanho da face e da adaptação de cada pessoa, sendo o CPAP o tipo mais comum.

ESCOLHA DOS DISPOSITIVOS

Cânula nasal - Até 45% -  Até 6L/min - A cada 1L soma 3-4% na FiO2. Valores de fluxo altos causam desconforto

 

.Máscara simples- Até 60% - Mínimo de 5 L/min. 

 

Máscara de Venturi - 24-50%  - 3 até 15 L/min. Útil em pacientes com DPOC e em desmame de oxigenação

 

Máscara-nao-reinalante  - Até 100% - Até 15 L/min   Pacientes em dispneia moderada a grave que não tem indicação de VNI e VM

Fontes

https://www.sanarmed.com/oxigenoterapia-dispositivos-de-oxigenacao-yellowbook

https://www.tuasaude.com/oxigenoterapia/

https://picolofanelli.wordpress.com/tag/calculo-da-pao2-ideal/