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HIPONATREMIA - CAUSAS

 

Defini-se a hiponatremia como sendo uma concentração sérica de sódio menor do 135mEq / l. A hiponatremia significa uma baixa proporção da relação sódio/água, o que é causado por um excesso relativo de água em relação ao sódio corporal total.

 

Para se falar de etiologias da hiponatremia,  precisamos falar primeiramente da classificação dela baseada  na volemia e tonicidade

  • De acordo com a tonicidade:

    1. Hipertônica

    2. Isotônica

    3. Hipotônica:

        3a. Hipervolêmica:

        3b. Isovolêmica       

        3c. Hipovolêmica

 

 

Valores de referências

     - Na (natremia) = 135-145 mEq/L.

    

  - Necessidades diárias mínimas 1 a 2 mEq/Kg/dia    

 

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Principais grupos de causas: 

- Neoplasias: ADH secretado no contexto de síndrome paraneoplásica. 

– Doenças pulmonares: não apenas câncer de pulmão, mas pneumonias e até mesmo ventilação mecânica com PEEP. 

- Distúrbios do SNC: neoplasias, AVC, hemorragia subaracnóidea, neurocirurgia. 

- Drogas: antidepressivos39, opióides, anticonvulsivantes48, ciclofosfamida.

 

 

Discussao sobre as principais causas

Critérios diagnósticos para Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH)

- Hiponatremia hipotônica (osmolaridade sérica baixa).

- Osmolaridade urinária > 100 mosm/L (em geral > 300 mosm/L). Deve ser fixa, ou seja, não deve cair com administração de NaCl. 

- Sódio urinário > 40 meq/L, paciente deve estar euvolêmico e sem edema.

- Função renal, cardíaca, hepática, tireodiana e adrenal normais.

 - Ausência de diurético tiazídico.

 

 

Neste cenário, deve-se procurar fazer o diagnóstico diferencial com a síndrome perdedora de sal cerebral. A única diferença clínica é a volemia, que está normal na SIADH e reduzida na síndrome perdedora de sal cerebral. Sabendo da dificuldade em estabelecer um diagnóstico preciso de volemia no paciente neurocirúrgico, pode-se entender que a diferenciação entre estas duas síndromes pode ser bastante difícil na prática. Este fato aliado a uma compreensão incompleta da patogênese da síndrome cerebral perdedora de sódio tem levado alguns autores a questionar a sua existência. 

 

 

Drogas

Comumente diuréticos tiazídicos, vincristina e ciclofosfamida. Muitos outros, incluindo

       *  Amitriptilina e outros antidepressivos tricíclicos

       *  Carbamazepina

       *  Inibidores seletivos da recaptação de serotonina.(ISRS),

       *  Valproato de sódio

       *  Haloperidol. 

       *  Clorpropamida e Tolbutamida

       *  Clofibrate

       *  Ciclofosfamida e Vincristina

       *  Fluoxetina

       *  Inibidores da monoamino oxidase

       *  Antiinflamatórios não-esteróides

       *  Oxitocina

       *  Fenotiazínicos

       *  Somatostatina

       *  Tiotixene

 

Distúrbios do SNC

Infecção, trauma, isquemia, hemorragia e psicose podem aumentar a libertação de ADH.

 

Malignidades

Comumente do pulmão, principalmente o carcinoma de pequenas células.Outros tumors menos frequentemente podem ter um efeito semelhante. Estes incluem os cânceres de cabeça e pescoço, duodenal e pancreático.

 

Doenças pulmonares

Pneumonia, asma e insuficiência respiratória aguda são conhecidos por causar SIADH.

 

Cirurgia

Cirurgias grandes podem levar a aumento da secreção de ADH. Acredita-se que envolva uma resposta aferente mediada pela dor. 

 

SIADH nefrogênica

Devido à mutação de ganho de função do gene do receptor aV2. Isto leva a um excesso de reabsorção de água nos ductos coletores renais.

 

Outras causas comuns de hiponatremia euvolêmica incluem:

Deficiência de glicocorticóides - deficiência de cortisol pode levar à supressão do ADH

Hipotireoidismo – hiponatremia secundária ao hipotireoidismo é raro. Acredita-se que resultam da excreção de água prejudicada devido à diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG) secundária aos efeitos sistêmicos que a deficiência de hormônios da tireóide causa na resistência vascular periférica e no débito cardíaco.

Baixa ingestão de soluto- por exemplo, potomania do bebedor de cerveja, onde a anormalidade primária não está no balanço de água, mas no balanço de sódio devido à ingestão reduzida.

•  Ingestão excessiva de água isoladamente não é suficiente para sobrepujar a capacidade dos rins de excretar água. Portanto, hiponatremia grave devido ao excesso de ingestão de água é raro na presença de função renal normal. Se a ingestão de água for superior a 20 L / dia, como pode ser visto na polidipsia psicogênica, é possível ter uma hiponatremia transitória, mas na ausência de outra disfunção esta é rapidamente corrigida com a cessação da ingesta de fluidos. É mais provável que os pacientes com alta ingestão de fluidos acompanhada de hiponatremia tenham comprometimento concomitante da excreção de água, e isso tenha passado despercebido

 

Investigação

O diagnóstico da causa desencadeadora é difícil e deve ser investigado com o auxílio de um endocrinologista. Uma história cuidadosa com ênfase particular para os medicamentos recentes utilizados pelo paciente e a ingestão de líquidos deve ser considerado. Um exame clínico, olhando para os indicadores de status volêmico, por exemplo, edema, pressão venosa jugular; sinais de insuficiência adreno-cortical incluindo pigmentação, hipotensão postural; estigmas de hipotireoidismo; ou quaisquer sinais relacionados ao tórax ou doença do sistema nervoso central, em particular a neoplasia subjacente, devem ser considerados.

Avaliação do estado volêmico baseado no exame clínico é notoriamente não confiável, no entanto esse deve ser feito em conjunto com a anamnese e os exames de sangue e urina.

Exames radiológicos quando indicados podem incluir TC do cérebro, tórax, abdome e pelve. Osmolaridade urinária e eletrólitos, provas de função tireoidiana, cortisol aleatório e / ou teste de Synacthen, lipídios, e eletroforese do soro são obrigatórios

 

 

Causas de hiponatrémia não hipotónica.

 

Presença de osmois “efetivos” que aumentem a osmolalidade sérica causando hiponatrémia Isotónica ou hipertónica como:

 Glucose, Manitol, Glicina, Histidina, triptofano, cetoglutarato

Meios de contrastes radiopacos hiperosmolares

Maltose

Presença de osmois “ineficazes” que aumentam a osmolalidade sérica sem causar hiponatrémia Isotónico ou hiperosmolar

Ureia, Álcoois Etileno-glicol

Presença de solutos endógenos que causem pseudohiponatrémia (artefacto laboratorial)

Isotónico Triglicéridos, colesterol, proteínas Imunoglobulinas (administração endovenosa) Gamapatias monoclonais

 

Referências bibliográficas

http://www.european-renal-best-

practice.org/sites/default/files/u33/short%20version%20hyponatraemia%20231214%20Portugese%20FINAL.pdf

http://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n2/a22v33n2.pdf

https://www.sbahq.org/wp-c