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HIPERNATREMIA -  MANEJO

Considerações iniciais

A  hipernatremia é definida como um sódio sérico maior do que 145 mEq/L. Como o que se mede laboratorialmente é o sódio, seria lógico assumir que a hipernatremia, via de regra, fosse causada por um excesso de consumo ou incapacidade de excretar o sódio. No entanto, a concentração de sódio reflete predominantemente a condição osmótica da água corpórea total, de forma que a hipernatremia é mais frequentemente causada por um estado de deficiência de água livre em relação ao sódio. Menos comuns são as causas de hipernatremia por excesso de sódio. Geralmente, nestes casos, a hipernatremia é iatrogênica e ocorre por excesso de infusão de soluções ricas em sódio (p. ex., bicarbonato ou soluções hipertônicas).

            A hipernatremia é menos freqüente do que a hiponatremia e, diferentemente desta, sempre leva a um estado hiperosmolar. É clinicamente melhor tolerada do que a hiponatremia, e as condutas terapêuticas são mais simples e bastante eficazes.

  

 O efeito da hipernatremia sobre a osmolalidade plasmática e, portanto, sobre a tonicidade dos fluidos corpóreos, pode ser estimada pela seguinte fórmula:

 

 

  

 

       Osmolalidade efetiva = 2 x [Na] + [glicose]/18   

            (normal = 270 a 285 mOsmL/kg)

 

 

 

A hipernatremia é uma condição clínica caracterizada pelo aumento anormal dos níveis de sódio no sangue, levando a um desequilíbrio eletrolítico que pode ter sérias implicações para a saúde. É importante compreender essa condição, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento, a fim de promover o manejo adequado e evitar complicações. Como o sódio é o principal componente da osmolaridade plasmática, havendo hipernatremia, há também um  estado de hiperosmolaridade. Isso pode levar a uma desidratação celular (as células ficam murchas em meio Hiperosmolar/hipertônico), afetando o funcionamento adequado das células.

Estratégia de terapia

                O tratamento da hipernatremia é feito em duas fases. Inicialmente, a hipertonicidade deve ser corrigida por meio do emprego de soluções hipotônicas de composições variáveis (solução glicosada a 5%, salina a 0,45%, salina a 0,23%), escolhidas em função da composição do fluido perdido ou da velocidade com que se deseja repor a água.

            O ritmo de correção é determinado pela existência ou não de sintomas neurológicos, bem como por eventual instabilidade hemodinâmica associada. Nesta circunstância, o emprego de soluções isotônicas é mandatório.

           

 

Correção do déficit de água 

O primeiro passo no tratamento da hipernatremia consiste na estimativa do déficit de água livre (fórmula abaixo), seguido da definição da velocidade de correção. Considera-se uma velocidade de correção segura uma redução na concentração plasmática de sódio de até 0,5 mEq/L/h.

             Déficit de Água = ACT* x [(Na plasma / 140) - 1]

       *ACT = água corporal total = 0,6 x peso para homens e 0,5 x peso para mulheres

 

AAAAAAA 

             As soluções hipotônicas são NaCl a 0,45% (77mEq/L) e soro glicosado (0mEq/L), tendo-se a seguinte fórmula para saber quanto 1L de solução vai reduzir o nível de sódio no sangue (em mEq/l):

  •  

       Recentemente, a abordagem baseada na estimativa da variação de concentração plasmática de sódio induzida pela administração de 1 litro de solução com teor de Na pré-determinado ganhou aceitação em função da praticidade conferida pela escolha prévia da solução a ser infundida. Conhecida como fórmula de Adrogue e Madias

 

 

  • △Na = (Na[solução] – Na[paciente])

                     Água Corporal + 1

 

 

(Água corporal: 60% em crianças e homens jovens, 50% em mulheres jovens e homens idosos, 45% em mulheres idosas).

 

            Seja qual for o método adotado para estimar a reposição de água, os pilares principais do tratamento consistem no respeito à velocidade da correção da natremia e a constante reavaliação da condição hidroeletrolítica, no sentido de proceder ajustes às possíveis perdas de fluidos em curso, bem como à variação de sua composição.

Preparo da solução a 0,45%

 

Como fazer :

Soro a 0,45%: diluir 20mL de NaCl a 20% em 980mL de água destilada ou soro glicosado a 5%.

Soro a 0,22% diluir 10 ml de NaCl a 20% em 990 ml de água destilada 


 

Remoção da causa

            O segundo componente do tratamento da hipernatremia consiste na remoção ou controle da causa básica que levou ao transtorno, para evitar seu agravamento e sua recidiva.

            Diabetes insipidus

Nesse componente, merece destaque o tratamento do DI. Na sua forma central, a reposição das diversas formulações do ADH (DD-AVP, AVP sintética) ou o uso de drogas que estimulam sua liberação (clofibrato) são tratamentos específicos e bastante eficazes. Na variante periférica ou nefrogênica, drogas que sensibilizam o rim à ação do ADH podem ser empregadas: clorpromazina, carbamazepina e antiinflamatórios não-hormonais.

             Sobrecarga de sódio

            O tratamento da hipernatremia decorrente da sobrecarga de Na em paciente com função renal normal consiste em medidas de suporte. A principal medida é a reposição de água livre. A correção do distúrbio pode ser acelerada com o uso de diuréticos associado à reposição da água livre excretada.

Fontes

 

https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1344/hipernatremia.htm]https://www.med.club/artigos/hipernatremia-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamento