Logo da rainha Queen Med, dominando os sites médicos, conhecimento

Diagnóstico da hepatite crônica

Suspeita-se de hepatite crônica nos pacientes com as seguintes característicasSinais e sintomas sugestivos

Elevações casualmente observadas nos níveis de aminotransferases.

Hepatite aguda previamente diagnosticada

Além disso, para identificar pacientes assintomáticos, o CDC recomenda testar todos os adultos ≥ 18 anos pelo menos uma vez.

 

Testes hepáticos

Testes hepáticos são necessários se ainda não tiverem sido feitos; incluem níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina e bilirrubina.

Elevações nas aminotransferases são as anormalidades laboratoriais mais características [valores normais de ALT: 29 a 33 UI/L (0,48 a 55 microkat/L)] para homens e 19 a 25 UI/L [0,32 a 0,42 microkat/L] para mulheres ( 1)]. A ALT é geralmente mais elevada que a AST. Os níveis séricos das aminotransferases podem estar normais durante a hepatite crônica se a doença está em um estado quiescente, particularmente na infecção por HCV e na esteatose hepática não alcoólica.

 

fosfatase alcalina costuma estar normal ou ligeiramente elevada, mas, às vezes, pode estar acentuadamente elevada, sobretudo na colangite biliar primária.

A bilirrubina é tipicamente normal, a não ser em casos avançados ou graves.

Outros exames laboratoriais

Se os resultados laboratoriais forem compatíveis com hepatite, deve-se fazer as sorologias para descartar HBV e HCV.  A não ser que esses estudos indiquem hepatopatia viral, outros exames devem ser realizados.Os próximos testes feitos incluem

 

INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL

  • Sorologia para hepatite viral  B (HBS Ag e Anti HBc, Anti-Hbs) e C ( Anti HCV ) 
  • Autoanticorpos (anticorpo antinuclear, anticorpo antimúsculo liso, anticorpo antimitocôndria, anticorpo microssômico fígado-rim)
  • Imunoglobulinas
  • Ferritina sérica e saturação de transferrina
  • Hormônio estimulante da tireoide
  • Anticorpo transglutaminase tecidular
  • Nível de alfa 1-antitripsina
  • Ceruloplasmina

 

Crianças e adultos jovens são investigados quanto à doença de Wilson medindo o nível de ceruloplasmina.

A hepatite autoimune costuma ser diagnosticada com base na presença de anticorpos antinucleares (ANA), anticorpos antimúsculo liso (AML) ou anticorpos anti-hepáticos/renais microssômicos tipo 1 (anti-LKM1) com títulos de 1:80 (em adultos) ou 1:20 (em crianças) e, geralmente, elevações nos níveis séricos de imunoglobulinas.

Anticorpos antimitocondriais mais frequentemente presentes na colangite biliar primária. 

Saturação de transferrina > 45% e ferritina sérica elevada sugerem hemocromatose hereditária e devem ser seguidas de exames genéticos à procura do gene da hemocromatose (HFE).

Deve-se medir os níveis séricos de albumina, a contagem de plaquetas e o TP para avaliar a função hepática e a gravidade da doença; níveis séricos baixos de albumina, baixa contagem de plaquetas ou TP prolongado podem sugerir cirrose  e, até mesmo, hipertensão portal. .

Se a causa da hepatite é identificada, pode-se fazer exames não invasivos (p. ex., elastografia por ultrassonografia, dosagem dos marcadores sorológicos) para avaliar a gravidade da fibrose hepática.

 

 

EXAMES DE IMAGEM

   Exames de imagem avaliam a forma, tamanho e contornos do fígado, a presença de nódulos, a presença de sinais que sugiram  hipertensão portal (dilatação da veia porta, recanalização da veia umbelical, esplenomegalia), ascite  e, em alguns casos, também permite avaliar a causa da doença hepática.

 

 Ecografia (ultra-sonografia)

 Tomografia computadorizada (CT)

 Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE)

 Ressonância nuclear magnética (RNM)

 

 

 

Biópsia

Diferentemente da hepatite aguda, a biópsia pode ser necessária para confirmar o diagnóstico ou a etiologia da hepatite crônica.

Casos leves podem apresentar apenas mínima necrose hepatocelular e infiltrado inflamatório geralmente nas regiões portais, com arquitetura acinar normal e pouca ou nenhuma fibrose. Tais casos raramente desenvolvem doença clinicamente significativa ou cirrose.

Nos casos mais graves, a biópsia tipicamente mostra necrose periportal com infiltrado de células mononucleares (necrose em saca-bocado), acompanhada de graus variáveis de fibrose periportal e proliferação de ductos biliares. A arquitetura acinar pode estar alterada por zonas de colapso e de fibrose e a cirrose bem estabelecida pode coexistir com sinais de hepatite ativa.

A biópsia também é utilizada para graduar e estadiar a doença.

Fontes

Kwo PY, Cohen SM, Lim JK: ACG Clinical Guideline: Evaluation of Abnormal Liver Chemistries. Am J Gastroenterol 112 (1):18–35, 2017. doi: 10.1038/ajg.2016.517 Epub 2016 Dec 20.

https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/vis%C3%A3o-geral-da-hepatite-cr%C3%B4nica

http://www.hepcentro.com.br/investigacao_de_doenca_hepatica.htm