Hemorragia intracraniana
Considerações iniciais
Os hematomas intracranianos são acúmulos de sangue dentro do crânio, seja dentro do cérebro ou entre o cérebro e o crânio, eles são formados quando um traumatismo craniano. mas às vezes, resultam de sangramento espontâneo. Nos indivíduos que estão utilizando aspirina ou anticoagulantes (os quais aumentam o risco de sangramento), sobretudo os indivíduos idosos, é maior o risco de aparecimento de um hematoma, até mesmo depois de um traumatismo craniano leve.
Os sintomas podem incluir dor de cabeça persistente, sonolência, confusão, alterações da memória, paralisia no lado oposto do corpo, dificuldades da fala ou da linguagem e outros sintomas, dependendo da zona do cérebro que foi danificada.A maior parte dos hematomas epidurais e intracerebrais e vários hematomas subdurais desenvolvem-se rapidamente e provocam o aparecimento de sintomas no prazo de alguns minutos. Os hematomas grandes comprimem o cérebro e podem provocar edema e herniação do cérebro. A herniação pode causar perda de consciência, coma, paralisia em um ou nos dois lados do corpo, dificuldade em respirar, desaceleração do coração e até mesmo morte.
Alguns hematomas se tornam crônicos, particularmente os hematomas subdurais, podem se desenvolver lentamente e causar confusão e perda de memória graduais, especialmente em pessoas idosas. Estes sintomas são semelhantes aos sintomas da demência. A pessoa pode não se recordar do traumatismo craniano.
Anatomia
Tecidos que revestem o cérebro
No crânio, o cérebro é revestido por 3 camadas de tecido, chamadas de meninges:
Dura-máter (camada externa)
Aracnoide-máter (camada intermediária)
Pia-máter (camada interna)
Entre a membrana aracnoide e a pia-máter há o espaço subaracnóideo. Esse espaço contém o líquido cefalorraquidiano que flui entre as meninges, preenche as cavidades intracerebrais e amortece o cérebro e a medula espinhal.
Classificação
É realizada uma tomografia computadorizada ou uma Imagem por ressonância magnética para detectar um hematoma intracraniano.
Por vezes, é necessário realizar uma intervenção cirúrgica para drenar o sangue de um hematoma.
Os principais tipo são:
Hematomas epidurais - que se formam entre o crânio e a camada externa (dura-máter) de tecido que cobre o cérebro (meninges)
Hematomas subdurais - que se formam entre a camada externa e a camada média (aracnoide-máter)
Hematomas intracerebrais - que se formam no interior do parênquima cerebral;
Hemorragia subaracnóide - sangramento que preenche o espaço entre a região aracnoide-máter e a camada interna (pia-máter), contudo, visto que o sangue subaracnoide geralmente não se acumula em um local, não é considerado um tipo de hematoma.
Hematomas epidurais
Os hematomas epidurais são provocados pelo sangramento de uma artéria ou de uma grande veia (seio venoso) localizada entre o crânio e a camada externa do tecido que cobre o cérebro. O sangramento ocorre frequentemente quando uma fratura do crânio rasga o vaso sanguíneo.
Pode-se sentir uma cefaléia intensa de imediato ou várias horas depois da lesão. Por vezes, aa para e re cefaléia aparece com mais intensidade, ao fim de algumas horas. Em seguida, pode-se verificar rapidamente uma deterioração da consciência, que se manifesta como confusão progressiva, sonolência e coma profundo. Alguns indivíduos perdem a consciência após o trauma, recuperam-na em seguida e passam por um período de função mental íntegra (intervalo lúcido), antes que o estado de consciência comece a deteriorar-se de novo. As pessoas podem desenvolver uma paralisia no lado do corpo oposto ao hematoma, dificuldades da fala ou da linguagem ou outros sintomas, dependendo da área.
Hematomas subdurais
Os hematomas subdurais são geralmente causados por sangramento das veias, incluindo as veias comunicantes,localizadas entre a camada média e a camada externa do tecido que reveste o cérebro (meninges). Ocasionalmente, os hematomas subdurais são causados por sangramento das artérias.
Os hematomas subdurais podem ser
Aguda: os sintomas se desenvolvem dentro de minutos ou poucas horas após a lesão.
Subagudos: os sintomas se desenvolvem ao longo de várias horas ou dias.
Crônica: os sintomas surgem gradualmente e podem levar semanas, meses ou anos.
Os hematomas subdurais agudos podem causar edema no cérebro. O hematoma e o edema podem resultar em aumento da pressão dentro do crânio (pressão intracraniana), o que pode piorar os sintomas e aumentar o risco de morte.
Hematoma subdural crônico - mostra uma tomografia computadorizada do crânio de um paciente com um hematoma subdural crônico, sendo que as setas vermelhas indicam o hematoma subdural (imagem escura entre o cérebro e o osso) e as setas amarelas mostram como as estruturas cerebrais estão comprimidas
Os hematomas subdurais crônicos são mais comuns em pessoas com transtorno relacionado ao uso de álcool, pessoas idosas e pessoas que tomam medicamentos para que o sangue tenha menos chance de formar coágulos (anticoagulantes ou antiplaquetários), que são relativamente propensas a quedas e a sangramentos, poderão ignorar ou esquecer-se de traumatismos cranianos pouco graves a moderadamente graves. Essas lesões podem provocar a formação de hematomas subdurais pequenos que, por vezes, se tornam crônicos.
No momento em que os sintomas são visíveis, o hematoma subdural crônico pode já estar muito grande. Hematomas crônicos são menos prováveis de causar um aumento rápido da pressão dentro do crânio do que os hematomas agudos.
Nos idosos, o cérebro retrai-se ligeiramente, estirando as veias comunicantes e tornando-as mais propensas a uma lesão, em caso de trauma, ainda que leve. Além disso, o sangramento tende a continuar durante mais tempo, pois o cérebro atrofiado exerce menos pressão na veia com sangramento, permitindo que esta perca mais sangue. O sangue que permanece após um hematoma subdural é lentamente reabsorvido. Depois de reabsorvido o sangue de um hematoma, o cérebro pode não voltar a expandir-se nos idosos do mesmo modo que nos jovens. Como resultado, pode permanecer um espaço cheio de líquido (higroma). O higroma pode encher-se de sangue ou aumentar de tamanho devido a lesão de vasos pequenos, o que provoca sangramentos repetidos.
Hematomas intracerebrais
Os hematomas intracerebrais são frequentes após um traumatismo craniano grave. Estes podem ser causados por uma contusão do cérebro. Não existe uma definição exata de quando uma ou mais contusões se tornam um hematoma. O acúmulo de líquido no cérebro danificado (edema cerebral) é comum. Aumenta a pressão no crânio (pressão intracraniana): Quando a pressão dentro do crânio aumenta, o cérebro pode receber menos sangue e oxigênio. Se a pressão for alta o suficiente, o cérebro pode ser forçado através de uma pequena abertura natural nas membranas de tecido relativamente rígidas que dividem o cérebro em compartimentos herniação cerebral. O edema cerebral e suas complicações são responsáveis pela maior parte das mortes.
Hemorragia subaracnóidea (HSA)
Trata-se de uma emergência neurológica caracterizada pelo extravasamento de sangue para os espaços que cobrem o sistema nervoso central (SNC) que são preenchidos com fluido cerebrospinal ou liquor.
Além da causa traumática, temos causas não traumáticas, como a ruptura de um aneurisma intracraniano, que tem uma alta taxa de mortalidade. Outras causas incluem coagulopatias, malformações arteriovenosas e trombose venosa cerebral. Entre as causas não aneurismáticas, temos a HSA perimesencefálica. HSA pré-truncal secundária a hematoma intramural de artéria basilar
Fontes
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/traumatismos-cranianos/hematomas-intracranianos
https://www.neurocirurgiabh.com.br/hematoma-subdural
https://sanarmed.com/resumo-de-hemorragia-subaracnoidea-epidemiologia-diagnostico-e-mais/