FRATURA DE ARCOS COSTAIS
Considerações iniciais
Fraturas de costelas são lesões comuns, quase sempre causadas por trauma por forças contusas e quedas. A fratura traumática de arcos-costais é resultado de uma lesão fechada na parte torácica, devido a um trauma direto ou indireto.
Essas fraturas podem ocorrer em diversos pontos da costela e, geralmente, são causadas por eventos como quedas, golpes fortes na região, impactos diretos e acidentes automobilísticos.
Sintomas e sinais
Os sintomas que envolvem a fratura traumática de arcos-costais são diversos, e podem se manifestar de forma diferente em cada paciente. Entretanto, existem alguns sintomas que são comuns ao caso, como:
– Dor torácica (localizada e que piora com os movimentos respiratórios e principalmente com a tosse;
– Dispneia aos esforços e até em repouso nos casos mais graves.
– Exame físico com piora importante da dor na compressão do local fraturado (que quase sempre é aquele local que dói na respiração);
- Hemorragia interna;
- Crepitação, que consiste no ruído provocado pelo atrito entre duas extremidades de fragmentos ósseos;
É importante ter em mente que os sintomas podem variar de acordo com a gravidade da lesão, bem como o número de costelas fraturadas e o tipo de fratura, que pode ser: simples ou fechada; exposta ou aberta; completa ou cominutiva.
Como diagnosticar
Na suspeita de uma fratura de costela o médico deve ser procurado, uma vez que é importante a confirmação diagnóstica para que se institua o tratamento adequado. Além disso a fratura de costela pode ser o primeiro sinal de que algo não está bem e que possa eventualmente ter ocorrido lesão de algum outro órgão como o pulmão ou sangramento para a pleura.
A confirmação diagnóstica é feita por meio de exames de imagem. A radiografia do tórax que sempre é solicitada, porque nos permite uma visão geral do tórax, as vezes não consegue mostrar bem a fratura, principalmente se não tiver desvio dos fragmentos fraturados. A radiografia própria dos arcos costais é solicitada e quase sempre confirma o diagnóstico. A tomografia computadorizada por vezes é solicitada para avaliação de lesões associadas nos órgãos internos.
CUIDADOS : SITUAÇÕES ESPECIAIS
Na maioria das vezes as fraturas de costelas são lesões benignas, porém não podem ser subestimadas e temos que tomar mais cuidados em situações como:
– Fraturas em crianças pequenas (por terem um gradil costal mais flexível significa que para que ocorra uma fratura a força na contusão foi muito grande).
– Fraturas em idosos (porque com frequência complicam com problemas respiratórios, como a pneumonia).
– Fraturas dos 2 primeiros arcos costais (podem estar associadas com lesões dos nervos e vasos dos membros superiores).
– Fraturas dos últimos arcos costais (podem estar associadas com lesões dos órgãos internos do abdome).
– Fraturas costais múltiplas (porque a força contusa foi muito grande e provavelmente também provocou uma contusão pulmonar que pode determinar insuficiência respiratória aguda e até o óbito).
– Grandes acidentes (é muito provável que junto com a fratura costal tenhamos lesão de outros órgãos).
Tratamento da fratura
Nas fraturas simples os pacientes são medicados com analgésicos e orientados para realizarem fisioterapia respiratória. A fisioterapia respiratória é fundamental nos idosos e nos pacientes que já tem alguma doença do aparelho respiratório, pois se reterem secreção respiratória fazem pneumonia com facilidade.
OBSERVAÇÃO : Não se recomenda o enfaixamento circular do tórax para o controle da dor, porque pode restringir ainda mais a respiração e facilitar a retenção de secreções e a consequente pneumonia.
Quando a dor é muito forte pode ser realizada a anestesia do nervo intercostal que passa abaixo da costela.
Nos casos onde existem lesões de órgãos internos do tórax um cirurgião torácico é chamado e tomará as medidas necessárias para cada caso.
As etapas principais do tratamento para a maioria dos casos, são:
O uso de analgésicos;
Repouso;
Fisioterapia respiratória.
Casos graves :
A necessidade de cirurgia para o tratamento da fratura traumática de arcos-costais pode acontecer em casos mais graves, como, por exemplo:
Fraturas graves envolvendo múltiplas costelas ou deslocamento significativo;
Complicações respiratórias graves, como insuficiência respiratória;
Lesões nos órgãos internos, como pulmão, baço ou fígado.
Para que o médico decida sobre a realização da cirurgia, é necessário levar em consideração inúmeros fatores que podem afetar diretamente a saúde do paciente e o surgimento de complicações associadas.
Fontes
https://cirurgia.ufsc.br/2019/07/05/fratura-de-costela/
www.cirurgiatoracicadovale.com.br/blog
https://resources.wfsahq.org/wp-content/uploads/424_ATOTW_PORTUGUES.pdf