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Fratura de estresse

 

As fraturas de estresse, que outrora eram quase que exclusividade de atletas de alta “performance” e militares têm se tornado lesões cada vez mais comuns entre esportistas.  O que se têm observado nas clínicas de medicina esportiva é que esportes como o Triatlhon, corrida de montanha, maratona, ultra-maratona e demais esportes de endurance, fazendo com que o atleta ultrapasse a resistência fisiohistológica do osso e também por esgotamento muscular (esforço excessivo) com a falta de absorção de impactos acumulativos. Invariavelmente, os músculos fadigados transferem a sobrecarga do stress para o osso ocorrendo a fratura por stress.

A participação feminina em atividades atléticas cresceu enormemente neste último quarto de século. Hoje, as mulheres constituem mais de 40% de todos os corredores de rua. Essa participação aumentada resultou em uma incidência maior de lesões por overuse. As fraturas por estresse são lesões por overuse comuns observadas em corredores do sexo feminino e masculino. Essas lesões afetam atletas em uma ampla variedade de atividades esportivas. Estudos têm mostrado resultados que indicam que as mulheres têm mais fraturas por stress do que os homens. Muitos ortopedistas atribuem este fato a uma condição conhecida como “a tríade da atleta feminina”:

- desordem alimentar (bulimia ou anorexia);

 

- amenorréia (ciclo menstrual ausente);

 

- osteoporose.

 

Quando a massa óssea da mulher diminui, aumentam as chances de ocorrer uma fratura por stress.

 

Conceito

As fraturas por stress são fissuras microscópicas dos ossos, causadas por uma soma de quantidade de impacto. Esse esforço físico repetitivo aumenta as solicitações ósseas, que quando ultrapassam a resistência normal, ocorre a substituição da deformação elástica pela deformação plástica, isto é, não há retorno à situação anterior e, caso as exigências continuem, instalam-se microfraturas, prevalecendo então a reabsorção óssea. Nesta fase da evolução, tem-se uma alteração fisiológica, a fratura, no entanto sem aparente comprometimento anatômico).

 

Mecanismo da lesão

As fraturas de estresse podem se originar de um aumento muito rápido da intensidade, volume ou mesmo de uma mudança no tipo de treino (essa é a  principal causa.).

Para cada milha que um corredor percorre, mais de 110 toneladas da força devem ser absorvidas pelos pés. Os ossos não são feitos para absorver muita energia e os músculos agem como absorventes de choque adicionais. Mas, quando os músculos param de absorver a maioria da energia, as quantidades mais altas de choque vão para os ossos.

O osso envolvido é submetido a uma carga excessiva sem o devido respeito aos princípios de progressão e repouso, e inicia-se uma fratura da parte mais interna do osso (trabéculas ósseas), que pode, se não tratado, progredir para uma fratura completa (incluindo a cortical).

 

Sintomas

A fratura por stress tem geralmente os seguintes sintomas : 

uma área generalizada de dor no membro acometido,

enfraquecimento e dor ao pisar (carga);

edema e equimose  são raros.

 

Locais mais atingidos

locais de featura de estresse.jpg

As fraturas por estresse mais comumente afetam a extremidade inferior, sendo a tíbia o local mais afetado em ambos os sexos. Porém, nota-se maior prevalecia de fraturas por estresse do colo do fêmur, metatarsos, e da pelve em mulheres do que em homens. Os metatársicos mais acometidos são os II e III seguidos  pelos I, IV e V.

 

Diagnóstico

Em geral, o raio X em geral é normal. 80% das fraturas de estresse não são evidentes nas radiografias, salvo nas fases tardias, onde tanto o traço de fraturas, quanto o calo ósseo podem aparecer.

São necessários para confirmação diagnóstica os métodos como ressonância magnética  ou cintilografia óssea, que apresentam uma boa sensibilidade. A cintilografia óssea detecta a fase inicial da patologia, cerca de 95% dos casos em menos de 24h da lesão.

Embora a maioria destas lesões sejam resolvidas com tratamento conservador simples, ou seja, não-cirúrgico, uma corredora com uma fratura por estresse pode perder performance por estar afastada do esporte. Em casos raros, estas lesões podem ser mais graves e necessitam de intervenção cirúrgica, que podem ameaçar a carreira desta atleta.

 

Embora a etiologia, o diagnóstico, e tratamento de fraturas por estresse sejam semelhantes em mulheres e homens, há questões específicas que afetam o sexo feminino, principalmente sua incidência que, segundo alguns autores, pode chegar a ser até 15 vezes mais frequente que no sexo masculino, principalmente em corredoras iniciantes.

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