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FEBRE MACULOSA - DIAGNÓSTICO

VISÃO GERAL

A causa da infecção é a Rickettsia rickettsii, uma bactéria que sobrevive basicamente apenas nos carrapatos, que são os únicos transmissores – uma pessoa não passa a doença para a outra em nenhuma hipótese. No Brasil, a espécie mais freqüentemente envolvida na transmissão da febre maculosa é a Amblyomma cajennense, popularmente conhecida como carrapato-estrela, carrapato-de-cavalo ou rodoleiro. Esse parasito se alimenta exclusivamente de sangue e infesta homens, animais domésticos e selvagens, especialmente as capivaras, inoculando a bactéria na corrente sangüínea de sua vítima ao picá-la para se alimentar.

Para transmitir o agente ao homem, porém, ele precisa ficar aderido à pele por cerca de quatro a seis horas. Após a picada, a doença pode demorar de 2 a 14 dias, em média sete dias, para se manifestar. Como a febre maculosa, no começo, se parece clinicamente com muitas outras doenças que cursam com manchas e febre alta, o diagnóstico exige a pesquisa sangüínea de anticorpos contra a Rickettsia no sangue do indivíduo e de exame de cultura de sangue para o isolamento da bactéria, no qual a amostra é posta em meios apropriados para o crescimento bacteriano. Diante dos sintomas e dos dados epidemiológicos, ou seja, em locais onde a doença ocorre com mais freqüência, os médicos não esperam o resultado dos exames para instituir o tratamento, pelo risco de a infecção ser letal em suas forma mais grave.

Portanto, o diagnóstico oportuno da Febre Maculosa é muito difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, encefalite, malária, meningite, sarampo, lúpus e pneumonia. No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e perguntará onde você mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato, ele também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico. 

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QUADRO CLÍNICO 

O quadro característico dessa infecção inclui febre de início súbito, que pode chegar até 39-40 graus, acompanhada de dor de cabeça intensa, dor no corpo, calafrios e olhos vermelhos e inchados. As máculas costumam surgir por volta do terceiro ou quarto dia de febre, começando nos punhos e tornozelos e avançando para o tronco e o rosto e, finalmente, para as mãos e os pés. Além de crescerem e adquirirem uma coloração arroxeada, essas lesões podem ainda sofrer descamação e apresentar pontos hemorrágicos embaixo da pele.

Na forma mais grave, a doença provoca torpor, vômitos, dores abdominais, diarréia, problemas no funcionamento renal, inchaço das pernas, pressão baixa, aumento do baço e do fígado, tosse seca intensa, dor no tórax, complicações neurológicas – como a meningite –, sangramentos nas gengivas, no nariz, no tubo digestivo e na pele, além de inflamação de vasos sangüíneos, o que pode ocasionar o apodrecimento de determinados pontos da pele – processo conhecido como necrose. A morte é pouco comum quando se aplica o tratamento precocemente.

 

EXAMES E DIAGNÓSTICOS

 Os testes laboratoriais mais indicados para diagnóstico específico da Febre Maculosa são:

EXAMES INESPECÍFICOS E COMPLEMENTARES

Hemograma: observa alteração no padrão das células sanguíneas como, anemia, diminuição de plaquetas.

Enzimas: algumas enzimas do corpo podem estar aumentadas, demonstrando indício de alguma infecção.

EXAMES ESPECÍFICOS - CONFIRMATÓRIOS DA DOENÇA

Reação de imunofluorescência indireta (RIFI): detectam presença de anticorpos contra a bactéria, a partir de coleta de sangue.

Exame de Imunohistoquímica: detecta a bactéria em amostras de tecidos obtidas a partir de biópsia de lesões de pele.

Técnicas de biologia molecular − reação em cadeia da polimerase (PCR): realizada a partir de amostras de sangue, tecido de biópsia. Detecta o material genético da bactéria.

Isolamento da bactéria: O isolamento da bactéria é feito a partir do sangue (coágulo) ou de fragmentos de tecidos (pele e pulmão obtidos por biópsia) ou de órgãos (pulmão, baço, fígado obtidos por necrópsia), além do carrapato retirado do paciente. A bactéria irá crescer em um meio de cultura.

 

Os resultados desses exames, no entanto, podem levar semanas. Por isso, se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com antibióticos urgentemente, tendo em vista que quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de se evitar complicações e morte do paciente.

Fontes 

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa#:~:text=Os%20testes%20laboratoriais%20mais%20indicados,partir%20de%20coleta%20de%20sangue.

https://www.fleury.com.br/manual-de-doencas/febre-maculosa

https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Febre-Maculosa

https://www.eumedicoresidente.com.br/post/febre-maculosa-sintomas-diagnostico-tratamento