FEBRE DO OROPOUCHE
Considerações iniciais
A Febre do Oropouche (FO) é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
Transmissão
A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
Manifestações clínicas
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Neste sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.
A febre de Oropouche se manifesta como uma doença febril aguda e autolimitada, ou seja, ela possui seus próprios limites de parada da infecção que dura de 2 a 7 dias. O período de incubação da doença é de 3 a 8 dias, até começar a aparecer os sintomas e o indivíduo ter picos de viremia.
O quadro clínico agudo evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (p. ex., meningite asséptica, meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer. Parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após 1 a 2 semanas a partir das manifestações iniciais. Os sintomas duram de 2 a 7 dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Não há relatos de óbitos associados à infecção pelo OROV até então.
Diagnóstico
O diagnóstico da Febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial. Todo caso com diagnóstico de infecção pelo OROV deve ser notificado. A FO compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.
No início da doença, o diagnóstico pode ser realizado a partir de testes que identificam a presença do vírus, como o PCR. Já em quadros clínicos mais tardios, pode ser realizada a sorologia (ou seja, a pesquisa de anticorpos produzidos em resposta à infecção). Ambos os procedimentos dependem da coleta de uma amostra de sangue do paciente.
Tratamento
Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
Prevenção
Recomenda-se:
Fontes
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-do-oropouche
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2024/nota-tecnica-no-6-2024-cgarb-dedt-svsa-ms
https://www.fleury.com.br/medico/exames/deteccao-de-virus-oropouche-por-pcr-em-tempo-real-varios-materiais