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LABORATORIO NA DENGUE

O exame hemograma é recomendado para todos os pacientes com suspeita de dengue. A abordagem do paciente com dengue deve seguir uma rotina de anamnese e exame físico

 

Exames Inespecíficos

ERITROGRAMA

O exame de hemograma tem a periodicidade de repetição do exame ao longo do período de acompanhamento clínico do paciente irá depender da classificação clínica do paciente e está detalhada na abordagem específica de cada situação. O hemograma tem como finalidade principal avaliar o hematócrito, para identificação de hemoconcentração. Hemoconcentração indica provável alteração de permeabilidade capilar (extravasamento plasmático), associado à gravidade. Queda de hematócrito pode sugerir hemorragias

 Hemograma: 

 A contagem de leucócitos é variável, podendo ocorrer desde leucopenia até leucocitose leve. A linfocitose com atipia linfocitária é um achado comum.

Um hematócrito no início da fase febril estabelece valor de base do próprio paciente. 1º -3º dias – geralmente normal, o Hematócrito em ascensão - marca o início da Fase Crítica.  O valor é diretamente proporcional à gravidade Um aumento do hematócrito, em comparação com o anterior, é altamente sugestivo de evolução para a fase crítica da doença, com extravasamento de plasma. Nos casos graves,  Criança > 38 % Mulheres > 44 % Homens > 50% Aumento do valor habitual acima de 10%

Plaquetas

A redução na contagem de plaquetas, principalmente quando associada à elevação concomitante do hematócrito, pode também indicar risco aumentado de evolução desfavorável. Em geral, a Trombocitopenia pode gerar níveis  abaixo de 100.000/mm3 .

Coagulograma: aumento nos tempos de protrombina, tromboplastina parcial e trombina. Diminuição de fibrinogênio, protrombina, fator VIII, fator XII, antitrombina e α antiplasmina.

 

Bioquímica: diminuição da albumina no sangue, albuminúria e discreto aumento dos testes de função hepática: aminotransferase aspartato sérica (conhecida anteriormente por transaminase glutâmico-oxalacética - TGO) e aminotransferase alanina sérica (conhecida anteriormente por transaminase glutâmico pirúvica - TGP).

curva dengue labo.jpg

Dentre os métodos diagnósticos disponíveis para detectar a doença, estão:

 - testes de sorologia

- antígeno NS1

- RT-PCR

 

Cada método possui suas características e aplicações específicas:

O teste de RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real) é uma técnica molecular altamente sensível e específica que desempenha um papel crucial na diferenciação dos quatro sorotipos do vírus da dengue. Ao detectar o material genético do vírus no sangue do paciente, o RT-PCR permite não apenas identificar a presença do vírus, mas também determinar qual dos quatro sorotipos está causando a infecção.   Além disso, o RT-PCR é altamente sensível, sendo capaz de detectar o vírus mesmo em estágios muito iniciais da infecção, em alguns casos antes mesmo do surgimento dos sintomas clínicos. No entanto, é importante ressaltar que, apesar da alta sensibilidade e da possibilidade de diferenciação dos sorotipos virais, o RT-PCR pode enfrentar desafios na detecção de baixas cargas virais (quando não há muitos vírus presentes na amostra).  A detecção e tipagem do vírus da dengue através da Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-PCR) amplifica quatro regiões específicas para o sorotipo: dengue 1 (gene NS5), dengue 2 (gene NS3), dengue 3 (gene NS5) e dengue 4 (gene do capsídeo) e utiliza primers especificos fluorescentes bifuncionais. Todo o processo é monitorado por um controle interno de RNA. Uma das vantagens da RT-PCR é a detecção e sorotipagem precoce do vírus, antes mesmo da soroconversão.

Ainda, há testes rápidos (imunocromatografia) tanto para anticorpos (IgG e IgM) quanto para antígeno NS1. Este tipo de teste pode ser realizado em serviços de saúde, como por exemplo, farmácias e laboratórios que estejam autorizados a realizar testagem.  O teste rápido da dengue é um método de diagnóstico da doença bastante utilizado pela sua rapidez no resultado e pela simplicidade na coleta do material. O teste é feito através de uma coleta de sangue e analisa se a pessoa está contaminada no momento e se já possui anticorpos para a doença.

Para verificar se o paciente está com infecção no momento, indica-se a realização do teste rápido de dengue a partir do 2º dia de início dos sintomas para detecção de Antígeno NS1.

O antígeno NS1 é uma glicoproteína altamente conservada que está presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados por vírus da dengue durante a fase clínica inicial da doença.  O teste de antígeno NS1 tem como alvo uma proteína específica do vírus da dengue, chamada NS1 (antígeno não estrutural 1). Esse teste é particularmente sensível durante os primeiros dias da infecção, quando o vírus está se replicando ativamente no organismo, permitindo um diagnóstico precoce da dengue. A proteína NS1 está presente nos 4 sorotipos da dengue.  O antígeno NS1 é detectado em amostras de pacientes infectados com dengue primária e secundária entre 01 e 09 dias após o início da doença.

Os testes de sorologia são amplamente utilizados e baseiam-se na detecção de anticorpos produzidos pelo sistema imunológico do paciente em resposta à infecção pelo vírus da dengue. Também existem dois métodos para realizar a pesquisa de anticorpos IgM/IgG para a dengue: imunocromatográfico (teste rápido) e imunoenzimático, entre outros métodos.

Os anticorpos (IgM e IgG), podem ser detectados no sangue após alguns dias do início dos sintomas, sendo úteis para identificar se o paciente já teve contato com o vírus no passado.   No entanto, é importante ressaltar que os testes de sorologia têm limitações na identificação dos quatro sorotipos da dengue, uma vez que os anticorpos produzidos podem ser semelhantes entre os diferentes sorotipos, dificultando a distinção entre infecções primárias e secundárias. Em geral, recomenda-se que os testes de anticorpos sejam realizados a partir do 5º dia do início dos sintomas.

Tanto IgM quanto IgG são anticorpos detectáveis no teste rápido da dengue. Um IgM positivo significa que a pessoa possui anticorpos do tipo imunoglobulina M, ou seja, que ela já foi exposta e está na fase ativa da doença, havendo a possibilidade do microrganismo estar circulando no paciente naquele momento.

O IgM torna-se detectável em infecções primárias entre o quinto e o décimo dia desde o início dos sintomas. Já para os casos de infecção secundária, ele aparece a partir do quarto e quinto dia desde o início dos sintomas.

Por sua vez, um resultado positivo para IgG pode indicar que a pessoa já teve contato com a doença em algum momento da vida e, portanto, para algumas doenças, esses anticorpos funcionam como uma proteção em caso de novo contato com o microrganismo. O IgG aparece a partir do 14º dia em infecções primárias, mantendo-se por toda a vida. Porém, nas infecções secundárias, os níveis de IgG aumentam em 1 a 2 dias após o início dos sintomas e induzem uma resposta de IgM ao fim de 20 dias de infecção.

Não é necessário nenhum preparo especial para a realização do exame. O resultado do teste rápido da Dengue pode sair no mesmo dia da coleta, ou no máximo até o dia seguinte.

 

Fontes:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf

http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/ondeestaoaedes/usu_doc/dengue_em_15_minutos.pdf

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Arbo%2012%2012%2018%20Manejo%20e%20org.pdf

 

https://diagnosticolaboratorio.com.br/conheca-o-teste-rapido-da-dengue-ns1-igg-e-igm/

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/campanhas/dengue/testes-de-dengue