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IPERTENSAO INTRACRIANA IDIOPÁTICA

A síndrome da hipertensão intracraniana idiopática (HII) é uma afecção caracterizada por sinais e sintomas de aumento da pressão intracraniana, ausência de lesões expansivas e de ventriculomegalia aos exames de neuroimagem, e constituição do líquor normal em um paciente sem alterações no nível de consciência.

De um modo geral, o diagnóstico na idade adulta é feito com base nos critérios modificados de Dandy que incluem:

1) sinais e sintomas de pressão intracraniana aumentada, como papiledema ou cefaleia;

2) exame neurológico normal;

3) pressão intracraniana aumentada documentada por punção lombar realizada em decúbito lateral, com composição do LCR normal;

4) sem evidência de hidrocefalia, massa, lesão estrutural ou vascular na RMN com ou sem contraste e veno RM;

5) sem outras causas identificáveis de hipertensão intracraniana.

 

 

A etiologia permanece desconhecida, entretanto sabe-se que a obstrução da drenagem venosa cerebral pode estar envolvida na sua fisiopatogenia. Ocorre mais freqüentemente em mulheres obesas e o quadro clínico inclui: cefaléia, náuseas, vômitos, diplopia, papiledema, obscurecimento visual transitório, perda de acuidade e campo visual além de outras funções visuais

 Embora a síndrome da HII seja relativamente benigna do ponto de vista neurológico, pode levar a inúmeras alterações oftalmológicas acarretando perda visual em uma porcentagem muito alta de indivíduos, seja por perda progressiva das fibras nervosas da retina ou por complicações vasculares retinianas. A presença de edema bilateral de papila é um dado semiológico importante no diagnóstico desta afecção.

 

Fatores de risco  associados:

• Ganho recente de peso,

• Infecções,

• Alterações endócrinas,

• Trauma crânio-encefálico,

• Uremia.

• Trombose venosa cerebral

• Hipotiroidismo

• Gravidez

• Medicamentos

 

 

ENDOCRINOPATIAS

Há alguns relatos que relacionam a hipertensão intracraniana com os anticoncepcionais, embora a relação não tenha sido demostrada em estudos de casos controle e a importância do estrógeno e progesterona ainda que não clara. Tem sido proposto que o ganho de peso (obesidade) associado a alterações hormonais ou a retenção de líquidos podem contribuir nos casos relatados.  Uma teoría alternativa propõe que podem existir uma trombose venosa cerebral subjacente associada ao uso de anticoncepcionais  orais, como causa da hipertensão intracraniana

 

TROMBOSE DE SEIOS VENOSOS E HIPERTENSÃO VENOSA

Muitas condições que aumentam a pressão venosa podem levar a hipertensão intracraniana, a condição mais frequente é a trombose dos seios durais. Com base nos criterios de Dandy modificados, a trombose dos seios durais devem ser excluida do diagnóstico de hipertensão intracraniana idiopática, pois se não será considerada como uma síndrome de pesudotumor secundario.

 

CONDIÇÕES SISTÊMICAS

Diversas enfermidades sistêmicas tem sido associadas com pseudotumor cerebri, incluindo anemia, doença de Addison, hipotiroidismo e uremia. Dentre elas, a associação com uremia é a mais forte, provavelmente como consequencia da hipervitaminose A. Outras condições sistêmicas que podem estar associadas com pseudotumor cerebri mediante estados de hipercoagulabilidade podem levar a trombose dos seios durais. Estas condições incluem neoplasias malignas, LES, deficiência das proteínas C e S, deficiência de antitrombina III, mutações do fator V de Leiden, anticorpos anticardiolipina, uso de anticoncepcionais orais, gravidez e puerperio.

 

 

ASSOCIAÇÃO COM MEDICAMENTOS

Uma série de medicamentos tem sido proposta como causa ou precipitante da HII, entre elas as tetraciclinas e seus derivados, ciclosporina, litio, ácido nalidíxico, nitrofurantoína, anticoncepcionais orais, levonorgestrel, danazol e tamoxifeno; embora tenha sido pouco convincente.

Fatores Medicamentosas:

• Terapia crônica com corticoesteroides ou retirada recente dos mesmos,

• Ingestão de doses elevadas de vitamina A,

• Citarabina,

• Levotiroxina,

• Danazol,

• Ciclosporina

• Amiodarona,

• Antibióticos como tetraciclina, minociclina, ciprofloxacino, ácido nalidíxico, nitrofurantoína e penicilina.

 

VITAMINA A

A toxicidade com vitamina A, tem sido largamente conhecida como causa de cefaleias severas e papiledema associados a hipertensão intracraniana. Os síntomas se desenvolvem com dose de mais de 50000 UI em adultos e 20000 UI em crianças. O mecanismo mediante ao qual se produz esta relação é incerto, porém se postula um efeito dos retinoides na transcrição dos genes relacionados com a absorção do líquido cefalorraquídeano. Tem sido sugerido também que a expressão alterada das aquaporinas é uma vía comum como  causa da hipertensão intracraniana idiopática secundária a medicamentos e enfermidades sistêmicas. Uma explicação alternativa em relação a HI e a vitamina A pode se explicar por recente conhecimento da proteína ligadora de retinoides pode atuar como um sinal molecular alterando a secreção e absorção do líquor.

 

TETRACICLINAS

A tetraciclina, a doxiciclina e a minociclina tem sido implicadas como causa de HII; embora o pouco número de estudos que limitam a possibilidade de correlação. A maioría dos casos tem sido descritos em pacientes adolescentes, quem utiliza tetraciclinas para o tratamento de acne, os síntomas somente se apresentam semanas ou meses posteriores ao inicio do tratamento e somente desaparecerem posterior a sua suspensão

 

Fontes

http://www.binasss.sa.cr/revistas/rmcc/619/art31.pdf

http://www.fisfar.ufc.br/petmedicina/images/stories/caso_clnico_pet_-_site.pdf

http://www.scielo.br/pdf/rbof/v68n3/09.pdf

http://www.scielo.br/pdf/anp/v63n3a/a29v633a.pdf